Jornal Maio

Os modernos “missionários da cultura urbana”

Caminhamos para a completa desertificação quer do solo quer da cultura local, que se transforma numa paisagem lunar, apenas destinada a meia dúzia de espécies, não autóctones, que não permitem, e expulsam, tudo o que é vida.
Justamente o contrário do que nos prometeram — que as águas de Alqueva iam tornar o Alentejo num paraíso verde. Todas as marcas de ordenamento do território que o homem construiu ao longo de milhares de anos estão desaparecendo. Para além da natureza, serão as pessoas e a cultura que desaparecem.

Juntos pelo Divor — Paisagem e Património

A plataforma cívica Juntos pelo Divor — Paisagem e Património apela contra os projectos de instalação de grandes centrais fotovoltaicas na bacia da albufeira do Divor, na proximidade da cidade de Évora.

Falta de água? Ou falta de uso sustentável da água?

Será a culpa da falta de água dos consumidores que não fecham as torneiras? O problema da escassez de água no Sul de Portugal e da Península Ibérica é uma adversidade penosa recente, que deriva do uso insustentável da água que a Natureza dá à região, devida à expansão descontrolada das culturas em regadio intensivo. Em zonas onde o clima é caracterizado por baixa quantidade de chuva, a atividade humana que depende da disponibilidade de água tem de ser planeada para os valores mínimos de precipitação anual e não para a média.

Excursão à Califórnia

Com o apoio do Pedro Manda-Chuva, conseguiram que umas herdades de sequeiro passassem a ter água para regar e que outras que já regavam ilegalmente fossem abençoadas pela boa vontade do Estado, que fez de tudo para que o Zé do Paquete passasse a Zé da Amêndoa e El Pedrito Azeiteiro, homem dos azeites espanhóis, entrasse também na aventura da amêndoa alentejana com patente americana. Quem diria que, volvidos 2000 anos do nascimento de Jesus, estaríamos a assistir às práticas esclavagistas romanas, agora em versão 2.0?

No Alqueva, o rei vai nu, à vista de todos, à vista de ninguém

Hoje, são meia dúzia de grupos económicos, fundos financeiros americanos e espanhóis, essencialmente, que determinam o que se rega e onde, no Alqueva. Atuam como verdadeiras máfias, e a impunidade destas empresas mantém-se, inclusive no domínio ambiental, onde acontecem verdadeiros crimes. Com estas empresas predadoras de recursos económicos e naturais vem também o tráfico humano e a indigência que é promovida por este tipo de “agricultura”.

A menina dança?

Eram na Casa do Povo ou nos Bombeiros ou no Jardim do Cerco, se Verão fosse e houvesse uma festa qualquer. Recordo melhor os que aconteciam nos dois primeiros espaços, por serem mais frequentes: ora por necessidade de recolha de fundos, ora por ser Carnaval, ora por se ter chegado a meio da Quaresma e ser altura da Pinha, sei lá.

Vingada pelo tempo

Era uma jovem belíssima. Loira, alta, corpão, uma potranca, diziam os homens à boca miúda, como se falassem de uma égua a ser domada. Dentre os candidatos a domadores, estava o homem que eu queria para mim. Era um pouco mais velho que eu, bonito, elegante, educado, não via nela uma égua, acho que não. Era um cavalheiro.

Aumentar o tempo de trabalho dos motoristas?

Ao aprovar a Proposta de Lei n.º 17/XVII/1.ª (GOV) está a conceder-se ao Governo a possibilidade de legislar, sozinho e sem vozes dissonantes, um aumento do tempo real de trabalho dos motoristas.